Montando uma peça de Teatro


Iluminação

A preocupação com a iluminação no teatro é antiga. No teatro grego, onde a luz era exclusivamente natural, os espetáculos iniciavam com o nascer do sol e, às vezes, avançavam à noite. Utilizando da criatividade, esses profissionais buscavam sempre locais com luzes abundantes e auxílio do fogo para fazer suas produções.
História bem diferente nos tempos atuais. "Hoje a iluminação faz toda a diferença. Pode ajudar a compor um bom cenário. Pode dar ênfase a uma atuação e é tão importante para uma apresentação quanto os atores. É uma ferramenta de auxilio que, por instantes, pode virar protagonista de um espetáculo."

Mas não basta apenas ter criatividade para ser um iluminador. É preciso mais. O conhecimento técnico é indispensável para um bom profissional da área. Saber lidar com equipamentos dos mais básicos aos mais sofisticados, ter noção de ângulo para os refletores, conhecer minuciosamente uma cabine de controle fazem a diferença em um espetáculo. "Se a peça é mais dramática, você utiliza uma velocidade x na cena. Se o ator está em evidência, pode-se baixar ou aumentar a luz. Tudo isso é faz parte do aprendizado técnico.


Cenário

As representações na idade antiga e na época medieval eram feitas em palcos desprovidos de qualquer acessório ou artifício que representasse os ambientes de um drama. A idéia de construir cenários surgiu em meados do século XVII quando William Davenant (1606-1668), gerente do teatro do Duque de York, passou, a partir de 1660, a representar o ambiente de suas comédias e tragédias usando cenários montados no palco. Mas, somente um século e meio mais tarde, no século XIX, a tecnologia da montagem de cenários de teatro desenvolveu-se com rapidez. Muitos efeitos especiais foram criados, tanto na simulação de ambientes internos (moveis verdadeiros, paredes com portas e janelas, etc.).e externos (jardins, calçadas com postes de luz, fontes, praias, pores-do-sol, cúpulas de céus estrelados, etc.) passaram a integrar os recursos para ambientação das histórias vividas nos palcos. Atualmente, a falta de uma representação mínima do cenário de uma história prejudicaria sua representação no palco a ponto de anular completamente o efeito educativo almejado. Isto porque, a falta do cenário, que foi habitual para os antigos, hoje causaria estranheza e rejeição. O ideal está em ter um cenário simples mas com o indispensável para estimular a imaginação do espectador; e evitar tanto aquele cuja riqueza elaborada é cansativa, como também não ter cenário algum.


Apesar de que a expressão CENÁRIO reúne tudo que diz respeito à ambientação de uma peça, inclusive os efeitos cênicos obtidos com a utilização de sons naturais, de música, iluminação, etc., a palavra, no seu uso mais comum, refere-se à imitação, no palco, de ambientes internos como salas de estar, escritório, etc., ou externos como rua, jardim, campos, e outros onde tem lugar a ação. Tais imitações são obtidas com a utilização de painéis pintados, estruturas sólidas em madeira, móveis e objetos reais ou fabricados pelos técnicos da cenografia. É importante o cenógrafo documentar o seu trabalho fotografando os cenários que montou. Poderá acrescentar uma descrição do cenário, materiais utilizados, etc. mediante a inserção de metadados nos arquivos das fotos digitais.
Simplicidade. Esta é uma qualidade a que o teatro escolar precisa recorrer em razão da limitação de recursos tanto financeiros como técnicos. O cenário de um escritório pode ser criado utilizando-se apenas uma escrivaninha e um par de cadeiras, e o grau de detalhamento aumentar com o acréscimo de estantes de livros, sofás, lâmpada de mesa, tapete, telefone e fax, luminárias, cortinas nas janelas, etc. O grande detalhamento tem seus problemas. Por exemplo, onde colocar todo o material de um cenário quando, na passagem de um ato para outro, o cenário tem que ser mudado? Quanto tempo será gasto nessa mudança, principalmente quando objetos muito pesados forem utilizados?
A mudança de cenário precisa ser rápida e é necessário ter um time de jovens treinados para a operação de desmontar e remontar cenários com rapidez, sem fazer ruídos e sem provocar acidentes. Este é um argumento em favor da simplicidade, pelo menos quando o espetáculo não é conduzido em um grande teatro.
Na montagem de uma peça, os gastos com o cenário estão relacionados à diversidade de ambientes e ao grau de detalhamento da figuração. Porém, não é uma boa ideia aproveitar, por motivo de economia, peças de um ambiente em outro ambiente, pois os espectadores as identificarão e isto chamará sua atenção, desviando-a da apresentação.
O elemento básico dos cenários mais baratos e fáceis de serem mudados e guardados são os painéis de lonas pintadas esticadas em um bastidor de madeira. Costumam ser excessivamente leves, mostrar pregas e ondulações, e estufarem com o pouco vento de um ventilador; precisam estar firmemente fixados e a fixação de um painel leve pode ser um problema até mais difícil de resolver que a construção da própria estrutura. Há dois tipos de painéis. Um que é duplo e pode se sustentar se aberto com 90 graus, e o painel inteiriço, que precisa ser fixado a algum ponto para ficar em posição. Podem ser usadas também placas leves (eucatex, isopor, compensado fino, etc.), reforçadas com uma esquadria de ripas grossas, cuja solidez permite a instalação de portas e janelas verdadeiras. A pintura de um painel deve mostrar a perspectiva mais conveniente em relação á platéia. Cenários externos como jardins, bosques, campo aberto, ou uma rua podem ser pintados em um painel maior ou em uma lona suspensa e bem esticada.
Com a utilização de papelão podem ser improvisadas os abajures, rádios antigos, oratórios, quadros pendurados na parede ou em um painel, colunas, etc. Uma viga pode ser imitada com papelão dobrado na forma própria, riscado com lápis-cera marrom para imitar as fibras da madeira, e pintado com verniz. Papel machê pintado de cinza pode ser modelado para imitar rochas e vasos de plantas artificiais.
É necessário manter à mão uma reserva dos materiais mais empregados nas montagens: grampos, pregos, tinta spray, etc..para que o trabalho de montagem possa ser feito sem o risco de atraso, tanto na fase de criação e fabricação dos objetos, como nas remontagens entre um ato e outro, no decorrer da representação.
Riscos. A peça pedagógica utiliza voluntários e não dispor de profissionais na montagem de cenários representa um risco considerável. O uso de serras elétricas, grampeadores potentes, furadeiras, e outras ferramentas na preparação de painéis requer algum treino prévio quanto ao manuseio correto e seguro.
A iluminação também requer cuidado. A representação é comumente feita na sala de aula ou no auditório da escola e é pouco provável que haja recursos de iluminação além do sistema básico que mantém a sala ou o palco iluminados. Improvisar um sistema de spots para efeitos auxiliares do cenário pode ser arriscado, pois o sistema básico normalmente tem uma fiação que não suportaria uma sobrecarga de consumo de wats. Os fios do edifício esquentam e podem provocar um incêndio. Por esta razão o Diretor de Teatro deve solicitar a opinião de um eletricista experiente quando desejar acrescentar algum tipo de iluminação à cena. Todo risco de fogo deve ser evitado: fogos de artifício, velas acesas, etc. Qualquer estrutura em que um personagem deva sentar-se ou caminhar sobre ela precisa ser firme o bastante para que não desabe e fira as pessoas.

Atores


Nas artes cénicas, um ator/atriz , é a pessoa que cria, interpreta e representa uma ação dramática baseando-se em textos, estímulos visuais, sonoros e outros, previamente concebidos por um autor ou criados através de improvisações individuais ou colectivas; utiliza-se de recursos vocais, corporais e emocionais, apreendidos ou intuídos, com o objetivo de transmitir ao espectador o conjunto de ideias e ações dramáticas propostas; pode utilizar-se de recursos técnicos para manipular bonecos, títeres e congéneres; pode interpretar sobre a imagem ou a voz de outrem; ensaia procurando aliar a sua criatividade à do encenador; atua em locais onde se apresentam espetáculos de diversões públicas e/ou nos demais veículos de comunicação.

Roteiro
Escrever uma peça corresponde a escrever o Roteiro, ou Script, para a representação teatral de uma história. O Roteiro contém tudo que é dito pelos atores no palco, e as indicações para tudo que deve ser feito para que a representação seja realizada. O modelo gráfico do roteiro varia. O apresentado abaixo é apenas um formato, entre vários que o dramaturgo poderá escolher.
A peça de Teatro divide-se em Atos e Cenas. Os Atos se constituem de uma série de cenas interligadas por uma subdivisão temática. As cenas se dividem conforme as alterações no número de personagens em ação: quando entra ou sai do palco um ator. O cerne ou medula de uma peça são os diálogos entre os personagens. Porém, o Roteiro contém mais que isto: através das Rubricas e das Indicações ele traz as determinações indispensáveis para a realização do drama e assim orienta os atores e a equipe técnica sobre cada cena da representação.
As Rubricas (também chamadas “Indicações de cena” e "indicações de regência") descrevem o que acontece em cena; dizem se a cena é interior ou exterior, se é dia ou noite, e o local em que transcorre. Interessam principalmente à equipe técnica. Apesar de consideradas como “para-texto” ou “texto secundário”, são de importância próxima à do próprio diálogo da peça, uma vez que este normalmente é insuficiente para indicar todas as ações e sentimentos a serem executados e expressos pelos atores. Sylviane Robardey-Eppstein, da Uppsala Universitet, no verbete Rubricas do Dictionnaire International des Termes Littéraires, faz uma classificação minuciosa das rubricas. Vamos aproveitar aqui apenas as seguintes categorias: Macro-rubrica e Micro-rubrica, esta última dividida em Rubrica Objetiva e Rubrica Subjetiva..
A Macro-rubrica é uma Rubrica geral que interessa à peça, ou ao Ato e às Cena. É também chamada “Vista”, e é colocada no centro da página, no alto do texto respectivo, e escrita em itálico ou em maiúsculas, e colocada entre parênteses . As demais Rubricas estão inseridas no diálogo e afetam apenas a ação cênica ou a representação do ator.
A Micro-rubrica Objetiva refere-se à movimentação dos atores: descreve os movimentos, gestos, posições, ou indicam o personagem que fala, o lugar, o momento, etc.
As Micro-rubricas Subjetivas interessam principalmente aos atores: descrevem os estados emocionais das personagens e o tom dos diálogos e falas.
As Rubricas ou Indicações ficam em linhas separadas colocadas entre parênteses e escritas em itálico, afastadas da margem esquerda uma meia dúzia de espaços (endentação). Podem também ficar no centro, ou cair em meio à fala. A micro-rubrica objetiva antecede a subjetiva, quando houver.salvo quando – inseridas na fala – a expressão de um sentimento vem antes de um movimento.
Ao fazer as Indicações Cênicas ou Rubricas o dramaturgo (o Autor) interfere na arte de dirigir do Diretor de Cena e também enquadra a interpretação dos atores (seus gestos, expressão de sentimentos, etc.) sem respeitar sua arte de interpretar. Por essa razão deve limitar-se a fazer as indicações mínimas requeridas para o rumo geral que deseja dar à representação, as quais, como autor da peça, lhe cabe determinar.
As falas são alinhadas na margem esquerda da folha. Cada fala é antecedida pelo nome do personagem que vai proferi-la, em letras maiúsculas (caixa alta), e seguido de dois pontos. O nome pode estar na mesma linha, porém é preferível que fique acima da linha da fala e das rubricas que lhe pertencem, como no exemplo abaixo.
As palavras precisam ser impressas com nitidez e ser corretamente redigidas. Usa-se em geral a letra Courier no tamanho 12. Entre a fala de um e de outro personagem é deixado um espaço duplo. Os verbos estarão sempre no tempo presente, e a ordem das palavras deve corresponder à seqüência das ações indicadas.
























fonte: Página de Educação e Comportâmento
escrita por Rubem Queiroz Cobra
(Site original: www.cobra.pages.nom.br)


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